O anúncio de uma nova possibilidade de financiamento para a produção de porongo deixou mais otimistas os produtores rurais, que agora poderão custear a cultura por meio de uma linha de crédito anunciada pelo Banrisul. A apresentação da nova modalidade aconteceu no dia 9, no e espaço da Emater/RS-Ascar, na Expointer 2021, em Esteio, e possibilitará o uso de mais tecnologia no cultivo, proporcionando melhoria na qualidade dos frutos e, consequentemente, maior rentabilidade econômica na atividade e segurança no investimento.
Segundo o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, essa é uma importante atividade econômica, que gera renda, qualidade de vida e promove a sucessão familiar no meio rural. “Além de ser essencial para valorização do maior símbolo do RS, o chimarrão”, diz.
A taxa de juro para o custeio de porongo será de 3% ao ano, abaixo da praticada pelo mercado atualmente. O financiamento poderá ser enquadrado no Proagro Mais, desde que com indicação da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters), já que se trata de uma cultura não zoneada. “O produtor deverá cumprir as normas do Proagro, inclusive quanto à comprovação de aplicação de insumos e a época de plantio recomendada pelo técnico. O valor liberado é de R$ 2,5 mil por hectare”, explica Rugeri.
O cultivo do porongo é uma atividade que está inserida no Programa Gaúcho para Qualidade e Valorização da Erva-Mate (PGMATE/RS), um programa da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), executado pela Emater/RS-Ascar, que propõe, dentre outros objetivos, a melhoria constante dos produtos e ampliação da cadeia produtiva do porongo.
Segundo Rugeri, essa ação é uma grande conquista para atividade porongueira e foi criada para atender uma antiga reivindicação feita pelos produtores ainda no ano de 2010. “Em carta oficializada no município de Passo Fundo, durante o Encontro Estadual de Produtores de Porongo, os produtores demandaram a criação de linhas de crédito, investimento e custeio, que favoreçam o acesso a recursos financeiros e viabilizem a melhoria contínua da cadeia produtiva do porongo”, detalha.
Como acessar
O produtor rural interessado em acessar essa linha de crédito pode buscar mais informações junto à agência do Banrisul do seu município. “O Banrisul sabe da importância da agricultura familiar e a renda que a cultura do porongo irá gerar para diversas famílias, fomentando a economia regional. A Emater é nossa parceira na elaboração dos projetos e na prestação de assistência técnica, por isso, agradecemos essa parceria. O Agro é nosso chão”, acrescenta o diretor de crédito do Banrisul, Osvaldo Lobo Pires.
Regiões de produção expressiva
No RS, a produção de porongo é expressiva em duas regiões – na Norte, em Frederico Westphalen, e na região de Santa Maria. Na região de FW, são mais de 135 produtores envolvidos com a cultura, produzindo porongo em 896 hectares. Vicente Dutra é o município com produção mais expressiva, seguido de Frederico Westphalen, Iraí e Palmeira das Missões. Na região de Santa Maria, o porongo é cultivado por 27 famílias, em uma área de 365 hectares. Mesmo com a produção localizada nessas duas regiões, a cadeia produtiva do porongo é expressiva pelo número de famílias envolvidas com a atividade.