O Rio Grande do Sul deve colher, em 2021, a maior safra de trigo do século e a maior desde que a série histórica começou a ser pesquisada, em 1977, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atingindo 3,7 milhões de toneladas, se confirmadas as condições climáticas atuais, com chuvas regulares e dentro da normalidade.
A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira, na 44ª Expointer, pelo superintendente regional da companhia, Carlos Bestetti. A produtividade nas lavouras de trigo gaúchas está estimada em 3,3 toneladas por hectare, em uma área plantada que chegou a 1,145 milhão de hectares.
Conforme Bestetti, o bom resultado do trigo no Estado se deve ao preço aquecido do grão, com a saca girando em torno dos R$ 80, e aos problemas que a cultura do milho enfrenta, com quebra significativa na produção nacional, o que abre para o produtor do trigo a possibilidade de vender seu produto para a alimentação animal.
Dados revisados
Com 20 milhões de toneladas a menos de milho, por conta da quebra na segunda safra do cereal, decorrente da estiagem e de outros eventos climáticos, a safra de grãos 2020/2021 do Brasil fechou em 252,3 milhões de toneladas, 4,8% a menos do que a estimativa inicial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a qual apontava para uma quantidade recorde, de 265 milhões de toneladas. Os dados foram apresentados pelo diretor-presidente Conab, Guilherme Ribeiro, que também observou que o número final é 1,8% menor que o anunciado no 11º levantamento, em agosto, quando se esperava uma colheita de 257 milhões de toneladas de grãos.
Ribeiro afirmou que arroz e soja confirmaram a previsão de recorde, colhendo 11 milhões de toneladas e 135 milhões de toneladas, respectivamente, em todo o país. No milho, a colheita fechou em 85 milhões de toneladas, quando a expectativa era de 105 milhões de toneladas. “O milho, com certeza, foi a cultura mais atingida pelas variações climáticas do ciclo 2020/2021, as piores dos últimos 30 anos, com falta de chuva no plantio, estiagem, granizo e geadas”, destacaram.
Emater também apresentou projeções
Também nesta manhã, a Emater/RS-Ascar apresentou a primeira Estimativa da Safra de Verão 2021/2022 e confirmou o bom diagnóstico. Com uma área plantada de 8,14 milhões de hectares – 3,41% maior que a da safra passada –, a produção gaúcha de soja, milho, arroz e feijão deverá chegar a 33,66 milhões de toneladas, um aumento de 1,69% em relação ao período 2020/2021. Se confirmada a projeção, a produção total de grãos irá superar a de 2017, a maior safra da história.