“Sonho que se sonha só... é só um sonho. Mas sonho que se sonha junto é realidade”. A frase de Raul Seixas, citada no clássico, Prelúdio, resume a história do União Frederiquense. Fundado em 3 de agosto de 2010, o clube nasceu da união de sonhos antigos que circulavam pela imprensa, e pelas rodas de conversas após as partidas nos gramados da região. A ideia de um time profissional sempre esteve em pauta, mas nunca o sonho foi adiante.
De acordo com registros do arquivo do AU, em 1992, o então vereador Valdecir Michellon, propôs a fusão de clubes Ipiranga, Itapagé e SER Santo Antônio. A proposta, na época, não foi adiante. Mas o debate retornou à pauta em 2009, após uma coluna do narrador da Rádio Comunitária de FW, Samuel Silva, no Jornal O Alto Uruguai, mencionando o desejo de um empresário em ver Frederico no cenário estadual.
Apoio político e filiação
Com apoio da comunidade e lideranças políticas de diversos partidos, com o apoio do então prefeito de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso, fez com que o projeto ganhasse corpo. O apoio surtiu dentro do carro do prefeito a Samuel Silva, quando ambos retornavam de Palmeira das Missões, após a visita do Ministro da Saúde da época, José Gomes Temporão.
O uniforme e o escudo foram criados por Anderson Folle Sabino da Silva, que segue responsável pela identidade visual do clube. A filiação à Federação Gaúcha de Futebol (FGF)foi viabilizada com ajuda de Giscard (que na época coordenava as categorias de base do Internacional) e Pé Salton, que convenceram o presidente Francisco Noveletto, a aceitar a filiação de um novo clube no futebol gaúcho: o União Frederiquense de Futebol.
Linha do tempo do União Frederiquense
O primeiro jogo oficial foi em 27 de fevereiro de 2011, com vitória por 2 a 1 sobre o Santo Ângelo, no Estádio Vermelhão da Colina, em FW, na rodada de abertura da Divisão de Acesso daquele ano. Fabiano Veiga marcou os dois primeiros gols da história do Leão.
A Batalha das Castanheiras e acesso
Em 4 de junho de 2014, o União conquistou seu primeiro acesso à elite estadual. Após derrota no jogo de ida, venceu o Brasil de Farroupilha por 3 a 1 fora de casa e subiu para a Série A.
O primeiro título
Em 28 de outubro de 2015, empatando com o Novo Hamburgo em 0 a 0 no Vermelhão da Colina, o clube conquistou a Copa Valmir Louruz. O empate fora por 1 a 1, gol de Nicolas (o Poko Pika da Colina), já dava vantagem ao Leão, que ergueu seu primeiro caneco, com pouco menos, de cinco anos de história.
Inauguração da Arena
Em 11 de março de 2018, a Arena foi inaugurada com vitória sobre o Passo Fundo por 2 a 1, dois gols de Alex Junio. O estádio está localizado na Linha Faguense, e passou por três fases de reforma, e tem capacidade para mais de 3 mil torcedores.
A campanha dos sonhos
Em 2021, o União fez a melhor campanha de sua história. Acesso garantido em 14 de novembro e título da Série A2 no dia 28. Foram 12 vitórias, 7 empates e apenas uma derrota em 20 jogos. O acesso foi diante do Lajeadense, 1 a 1, em Lajeado, e 3 a 1, em Frederico Westphalen, com show de Gabriel Rossetto (2x) e Júlio César.
Na elite do Gauchão
O União disputou a Série A em 2015 e 2022. Derrotou o Juventude em ambas as participações e venceu o Grêmio por 3 a 1 em casa, em 16 de fevereiro de 2022 — uma das maiores vitórias da história do clube, com gols de Jander, Eliomar e Laion.
Pega a visão!
Em janeiro de 2023, o União anunciou a gestão do futebol com a empresa MDEZ360, do empresário Pablo Bueno. O projeto previa transformar o clube em Sociedade Anônima do Futebol, com investimento previsto de R$ 30 milhões. O acordo não foi adiante e foi encerrado em 1º de dezembro do mesmo ano. Desde então, o futebol voltou a ser gerido diretamente pelo clube.
Nasce uma estrela
Em 2024, com o União Frederiquense reassumindo o futebol, Jaílson Zatta surpreendeu. Assumiu o time após a saída de Hélio Vieira e levou o Leão às quartas da Divisão de Acesso, com cinco vitórias, seis empates e uma derrota. O bom desempenho projetou Zatta, que, ainda em 2024, conquistou a Copa Santa Catarina pelo Concórdia e garantiu vaga na Copa do Brasil. O frederiquense começa a escrever sua história do futebol do RS.
Personagens que fazem parte da história do União Frederiquense
Samuel Silva (ex-narrador e idealizador do clube)
Fazer parte da história do União Frederiquense é motivo de orgulho. Estive presente desde a fundação, como profissional e voluntário. No início, enfrentamos críticas, mas unimos a região em um projeto transformador no esporte e no social. O jornal O Alto Uruguai teve papel essencial ao impulsionar a ideia, com colunas que fortaleceram o sonho. Parabéns ao União e a todos que ajudaram a construir esse clube gigante.
Celson Oliveira (ex-presidente e diretor de futebol)
A ideia foi do Marcio Bariviera e do Samuel Silva. Eles começaram a amadurecer o projeto e logo nos reunimos. Depois de decidirmos o que faríamos, falamos com o pessoal do Itapagé, que cedeu o local. A partir daí, conseguimos formar o clube. É uma satisfação fazer parte dessa história. Acho que acertamos. Frederico Westphalen hoje está no cenário do futebol por causa do União. Em 15 anos, disputamos duas vezes a Série A. O União Frederiquense veio pra ficar.
Pé Salton (ex-presidente e apoiador)
O União Frederiquense fez muito bem pra cidade. Ajudou a divulgar Frederico Westphalen. Todo mundo trabalhou com afinco, com emoção. É um clube muito forte. Às vezes eu nem conseguia ir ao estádio. Ficava nervoso. Ia pro vestiário, participava, mas não tenho mais pique do início, mas continuo colaborando e apoiando. O União não é só de FW. O União Frederiquense sempre foi e será regional.
Francisco Noveletto (Ex-presidente da FGF)
Sim, foi um lema meu como presidente. Não apenas cumpri meu dever no apoio ao surgimento do União Frederiquense, facilitando e ajudando no que foi possível, como também com todos os clubes do Rio Grande do Sul. Era minha obrigação — dever cumprido. Parabéns ao União pelos 15 anos de bons resultados!
Vinícius Girardi (presidente)
O futebol assusta pelo lado financeiro. Em 2010, o Celson aceitou o desafio. Fundamos em agosto e estreamos em janeiro ou fevereiro, contra o Santo Ângelo. Fui convidado a cuidar das finanças, mesmo sem estrutura. Era amor à primeira vista. Depois assumi a presidência em três oportunidades. Já são mais de 15 anos nessa história.
Rudinei dos Santos (presidente da torcida Guerreiros da Geral)
Torço para Leão desde o tempo do Itapagé. Em 2015, comecei a ajudar mais. Meu filho (Renato) treinava na escolinha. Depois fui me envolvendo. Ajudava a montar arquibancada, limpar, organizar. Também trabalhei na copa até 2021, no acesso. Hoje estamos na frente da torcida. A expectativa é sempre crescer. A cada ano, um degrau a mais. É o que eu tento passar também para Lavínia Victória, que é o amor por esse clube.
Daniela Silveira Klimik (torcedora e voluntária)
Comecei a ir aos jogos quando trabalhava com o Pedro. Ele me convidou. Fiz parte da Geral no Itapagé com a Katielli Trombeta (torcedora símbolo do União, vítima da covid-19), que era uma das lideranças da nossa torcida. Depois seguimos na Arena, com o Thiago Bora, e agora seguimos com a torcida. É amor pelo União que a gente passa para a nossa filha, Lavínia.
Assista o mini-Doc sobre a fundação do União no YouTube do AU