A Coca-Cola informou que irá lançar uma nova versão de seu tradicional refrigerante, agora adoçada com açúcar de cana, em vez do habitual xarope de milho (HFCS). A novidade foi anunciada após o presidente Donald Trump declarar, em suas redes sociais, que pressionou a empresa para adotar o ingrediente e que teria conseguido um acordo com a companhia. Apesar do anúncio, o produto ainda não está disponível no mercado e deve chegar às prateleiras dos Estados Unidos no outono deste ano (entre setembro e dezembro).
A empresa deixou claro que a mudança será apenas uma nova opção dentro do portfólio, sem substituir a fórmula original. A versão com açúcar de cana será destinada a consumidores que buscam alternativas consideradas mais naturais, mas continuará acompanhando o refrigerante tradicional nas gôndolas.
Mesmo com a expectativa em torno do novo produto, especialistas reforçam que não há diferença significativa entre açúcar de cana e xarope de milho em termos de saúde. Ambos fornecem calorias semelhantes e têm impactos parecidos no organismo, como o aumento do risco de obesidade e diabetes, se consumidos em excesso.
A decisão também levantou debates econômicos. A Corn Refiners Association, entidade que representa os produtores de milho nos EUA, criticou a iniciativa, alertando para possíveis impactos no setor e alegando que a troca não traz benefício nutricional. Já a Coca-Cola argumenta que a medida faz parte de uma estratégia comercial para diversificar seu público e atender novas preferências de consumo.
Veja abaixo os principais pontos:
O que muda no produto?
• Adoçante: substituição do xarope de milho por açúcar de cana.
• Sabor: expectativa de um gosto mais próximo da “Coca mexicana”, já conhecida por usar açúcar natural.
• Disponibilidade: lançamento previsto para o outono nos EUA, ainda sem data exata.
Coca-Cola Tradicional x Coca-Cola Zero
• Açúcar e calorias: a Coca tradicional possui cerca de 35g de açúcar por lata, enquanto a Zero não contém açúcar nem calorias.
• Adoçantes: a versão tradicional usa açúcar (ou xarope de milho), e a Zero é adoçada com aspartame e acessulfame-K.
• Sabor: a Coca-Cola Zero busca se aproximar do sabor da tradicional, ao contrário da versão Light, que tem sabor mais suave.
• Indicação: a tradicional é mais calórica e indicada para consumo eventual; a Zero é voltada para quem deseja evitar o açúcar, mas ainda aprecia o sabor clássico.
Impacto na saúde?
• Açúcar de cana e xarope de milho têm efeitos semelhantes no metabolismo.
• A troca não implica em redução calórica nem melhora nutricional.
• Consumo consciente continua sendo a melhor escolha.
Outras versões existentes
• A Coca-Cola Zero continua sendo a principal opção sem açúcar da marca.
• Adoçada com adoçantes artificiais, é livre de calorias, mas deve ser consumida com moderação.
• É uma alternativa popular entre consumidores que buscam equilíbrio entre sabor e redução calórica.
O que diz a nutricionista?
A nutricionista Dionara Volkweis avalia que a substituição do xarope de milho por açúcar de cana na fórmula da Coca-Cola não representa, por si só, uma melhora significativa em termos nutricionais. “A troca do açúcar refinado pelo açúcar de cana pode gerar uma leve melhora nutricional, mas o que realmente importa é o conjunto. Todos os outros condimentos, aditivos e edulcorantes presentes na Coca-Cola continuam causando danos à saúde. Então não é apenas essa substituição que vai tornar o produto melhor”, alerta. Ela explica que, embora o açúcar de cana seja menos processado, os efeitos metabólicos continuam semelhantes como o aumento dos níveis de glicose, triglicerídeos, colesterol e LDL no sangue, elevando os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. Dionara também chama atenção para os dados da Organização Mundial da Saúde, que relaciona o consumo frequente de refrigerantes às altas taxas de obesidade e sobrepeso que afetam quase 2 bilhões de pessoas em todo o mundo. Para ela, nem mesmo as versões sem açúcar são recomendáveis, como a Coca-Cola Zero, que utiliza adoçantes artificiais como o aspartame, classificado como potencialmente cancerígeno. “Como nutricionista, não aprovo nem indico o consumo de refrigerantes de nenhum tipo. Seja com açúcar, adoçante ou qualquer outra variação, essas bebidas aumentam o pico glicêmico, favorecem o acúmulo de gordura corporal e não contribuem com nenhuma estratégia de alimentação saudável”, afirma. Ela conclui que a mudança anunciada pela Coca-Cola atende a uma demanda comercial, mas não altera o impacto negativo do produto na saúde de quem o consome regularmente.