Para amenizar o frio dos animais que estão para adoção sob os cuidados da Associação dos Melhores Amigos dos Animais (Amaa), de Frederico Westphalen, a perfusionista Grazielle Soares confeccionou em sua residência, em Ijuí, mais de 40 peças de roupas caninas para doar à entidade. As peças foram entregues à presidente da entidade, Priscila Santos, no dia 13 deste mês.
A iniciativa surgiu pensando no bem-estar dos animais acolhidos pela ONG que aguardam adoção. “Como eu trabalho também com a confecção de roupas para cães, resolvi costurar alguns modelos de roupas quentes e fáceis de vestir, pensando em amenizar o frio desses dias de inverno enquanto os cães aguardam que alguém venha adotá-los”, afirma a Grazielle.
Além do trabalho como perfusionista, Grazielle criou uma marca de roupas pet, a Sami Boutique Pet, durante a pandemia, e dedica seu tempo longe dos pacientes, na criação de modelos confortáveis e elegantes para os cães.
– Em momentos de pandemia, descobri em mim uma habilidade que desconhecia, que é a costura. Iniciei mais uma jornada, algo nada parecido com minha profissão, mas que estou amando fazer. Resolvi empreender, não apenas para minhas meninas Safena e Mitral. A Sami Boutique Pet vem com uma proposta de roupas e acessórios exclusivos, diferenciados e da melhor qualidade, feito com muito amor e carinho para os pets. Já criei muitas roupas sob medida para os pets de amigos e amei o resultado – destaca a empreendedora.
Ao conhecer um pouco do trabalho desenvolvido pela Amaa em Frederico Westphalen, por meio de amigos frederiquenses, Grazielle resolveu aproveitar seu talento para também ajudar a ONG. A entidade recebeu a doação de mais de 40 roupas caninas confeccionadas em soft, moletom para aquecer os animais durante o inverno em tamanhos que vão do P ao GG. Todas as peças foram costuradas com muito amor, pensando em aquecer cada animal que aguarda ansioso a chegada de uma família.
As peças de roupa foram recebidas com alegria pela entidade, que atende animais abandonados e vítimas de maus-tratos há mais de 10 anos no município e sobrevive graças às doações de pessoas de bom coração, conforme explica a presidente da Amaa, Priscila Santos.
– Nós agradecemos a todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, nos ajudam a mudar vidas. Esse ano, os animais ganharam roupinhas de uma pessoa de bom coração, que utilizou seu talento, tempo e recursos para confeccionar roupinhas para animais auxiliados pela Amaa. Que o universo retribua essa boa ação. Nossos peludinhos agradecem e muito – enfatiza Priscila.
Algumas histórias da Amaa
Assim que receberam as roupas novas, as cadelas Greta, Bella Lola e Hanna fizeram questão de agradecer o presente. A alegria ficou marcada nas fotos que registram a alegria em receber carinho e roupas quentinhas e cheias de estilo. Elas aguardam adoção e tiveram suas vidas salvas pela ONG. Priscila conta um pouco como foi a chegada delas na Amaa.
– A Greta foi abandonada na Vilinha, tinha muito medo, fugia e tentava morder, na presença de humanos, como defesa. Precisou de ajuda veterinária para tirá-la do carro, a reabilitação dela foi um processo lento e longo, mas hoje, ela voltou a confiar nas pessoas. Já a Bella sofreu por muito tempo. Amarraram uma corda no pescoço quando era filhote e nunca soltaram ou tiraram, conforme ela ia crescendo, a corda ia ferindo o pescoço, até causar dificuldade de engolir. Ela fugiu de todos que tentavam pegá-la, por semanas, até que um dia, uma família conseguiu prender em um galpão, daí o Corpo de Bombeiros conseguiu capturá-la. Ela se esforçou muito, física e emocionalmente, em pouco mais de um mês, é uma nova cachorrinha. A Lola é “poodlelata” [Poodle com vira-lata] que foi doada ainda filhote, não pela Amaa, a pessoas más. Vivia acorrentada, recebia alimentação inadequada e provavelmente apanhava. Isso em 2012. Ainda hoje, traz sequelas daquela época, reage a movimentos bruscos e fica tensa quando está perto de vassoura. A Hanna é filhote não desejada. A mãe, uma Pitbull, cruzou com um “salsicha”, a família não separou na época do cio. Foi doada para qualquer pessoa e, em menos de dois anos, já estava na rua, magra, prenha e com feridas. É hiperativa, forte e comilona” – conta.
Assim como outros animais atendidos pela Amaa, as “peludinhas” mostram que apesar de um começo de vida bastante difícil, elas aprenderam a amar e são ótimas companhias, são brincalhonas e carinhosas.