No ano de 1985, foi sancionada no Brasil a Lei nº 7.352, instituindo a data de 28 de agosto como o Dia Nacional do Voluntariado. Comemorada anualmente desde então, a data registra a importância da solidariedade e do trabalho voluntário, e isso vem sendo cada vez mais valorizado.
Um desses exemplos de solidariedade em nossa região vem lá de Rodeio Bonito. Com 75 anos, Zenaide Pelizari Pertuzzati é voluntária em várias frentes na comunidade, o que para ela sempre foi muito importante para o seu crescimento pessoal. “Sou natural de Rondinha e resido em Rodeio Bonito desde o fim dos anos 70. Ao mudar-me para essa cidade, procurei me engajar em atividades que tinham o objetivo de ajudar a comunidade. Meu envolvimento em ações voluntárias é bem direcionado em iniciativas da Igreja Católica, mas penso que o importante é fazer de coração, sem esperar nada em troca. Antes de Rodeio Bonito, eu residia no distrito de Pinhal, hoje município. Lá eu já atuava como catequista, e quando vim para cá continuei. Hoje, já são mais de 20 anos consecutivos que atuo como catequista”, conta Zenaide, lembrando também de outras ações que participou.
– Também estive presente no Apostolado da Oração, como presidente ou membro da diretoria por aproximadamente 10 anos (não consecutivos); do Movimento do Cursilho de Cristandade; Pastoral da Pessoa Idosa há quase 10 anos; Membro do Conselho Paroquial; Pastoral Familiar e ainda procuro sempre colaborar nas liturgias das missas, principalmente com os cantos. Me dediquei, em inúmeras ocasiões, no serviço da cozinha em festas da comunidade e no cuidado com a ornamentação da igreja. Também já participei e, automaticamente fui voluntária em patronagem do CTG Gaudérios do Rodeio, fui membro da Câmara Júnior (atual JCI) e do Grupo Italiano Bel Cantare. Hoje, fico feliz em ter contribuído em tantas ações – destaca.
Mulher multitarefa
Enquanto algumas pessoas pensam que é hora de parar, aproveitar a aposentadoria e descansar, Zenaide cada vez mais quer ser prestativa, é uma mulher multitarefa, pois além do seu trabalho voluntário, cuida da casa, tem seus momentos de lazer e dá atenção à família, especialmente aos três filhos – Lucilene, Luciano e Fernando –, que mesmo adultos não dispensam o chamego da mãe. “Gosto muito de cuidar de casa, do jardim, de cozinhar, de fazer um agrado para a família, assistir alguma programação na TV e jogar baralho com amigos, apesar de que agora não seja possível nos encontrar como anos atrás, quando nos reuníamos várias vezes na semana. Mesmo com a pandemia, algumas ações não pararam e outras já retomaram, com todos os cuidados, como é o caso da catequese, então eu sigo com meu propósito. Fico muito feliz em saber que existem muitas ‘Zenaides’, que de forma simples doam seu tempo para a comunidade, na esperança de um mundo melhor”, diz Zenaide, destacando que se cada um fizer a sua parte, sempre haverá dias melhores.
– Por menor que seja a ação, uma visita a um doente, um gesto de solidariedade, a disponibilidade para ajudar quem está em uma situação difícil ou mesmo o envolvimento na igreja, nas associações ou entidades, a soma de tudo isso tem uma força que não imaginamos. De ajuda em ajuda, de gentileza em gentileza, grandes milagres acontecem e o mundo pode ser bem melhor. Por mais que tudo mude, que as prioridades das gerações não sejam mais as mesmas, posso garantir que a alegria que sinto hoje ao me doar para a comunidade é a mesma que sentia em outros tempos. Tenho consciência de que não levamos nada desse mundo, então, o mais importante é fazer o bem, é doar amor – frisa.
Realização pessoal
Vendo sua dedicação ao voluntariado como uma realização pessoal, Zenaide diz que isso também contribuiu, de certa forma, para que ela chegasse aos 75 anos com muita saúde. “Me sinto feliz em poder realizar coisas boas. Só pelo fato de estar com 75 anos e não necessitar do uso de medicamento contínuo, conseguir realizar todo o trabalho diário de casa e ainda permanecer me dedicando à comunidade, é mais que suficiente para agradecer. Claro que, assim como todo mundo, já passei por várias situações tristes em minha vida, como o falecimento do meu esposo Nelson, em 2005. Mas, posso garantir que tenho muito mais a agradecer. Minha maior ambição na vida é poder chegar aos 100 anos com a saúde que tenho hoje e continuar envolvida com esses trabalhos em prol do próximo”, finaliza.