Quem não guarda na memória uma lembrança daquele professor ou professora que foi fundamental para alguma grande decisão na sua vida? Muitos de nós definiram os rumos fundamentais de nossa jornada, inspirados nos ensinamentos, exemplos de vida ou mesmo por afinidade com quem marcou positivamente a nossa passagem pelas salas de aula. Não é só a educação que transforma. Um professor que ama o que faz é capaz de garantir não só o sucesso da sua carreira como daqueles a quem ensina. E esse é um grande legado.
Para marcar o Dia do Professor de 2024, celebrado na terça-feira, 15, a história do professor Guilherme Henrique da Silva – o Gui –, de apenas 26 anos, foi escolhida para esta edição da Coluna Set. Formado em Pedagogia, pela URI/FW, em 2020, o amor por ensinar começou muito mais cedo, mostrando que fazer o que se gosta é a grande sacada para quem quer fazer a diferença não só na própria caminhada, como na de outras pessoas.
– Comecei a minha experiência na docência com 15 anos, quando fui convidado para dar aulas de violão no Programa Mais Educação em uma escola de Frederico Westphalen. Desde então, fui criando laços e adquirindo cada vez mais amor pela profissão. Quando chegou o terceiro ano do ensino médio eu não tinha dúvida que queria seguir uma licenciatura, o que me fez pensar entre Música e Pedagogia. Depois de refletir e estudar muito, consegui encontrar um curso que me permitisse desenvolver tudo o que eu gosto, a música e ser professor, e descobri na Pedagogia um gosto ainda mais especial pelos pequenos –, conta Guilherme.
Professor titular
Atualmente, Guilherme leciona na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Dona Etelvina de Vista Alegre, após aprovação no concurso público, em fevereiro deste ano. Durante a manhã, o professor realiza as horas-atividades e horas complementares nas turmas do Jardim, Pré A, Pré A integral e Pré B. No turno da tarde, atua como professor titular da turma do Pré B. Um verdadeiro desafio, mesmo para quem, desde jovem, já se dedicava a ensinar. Este é o primeiro ano que comemora o Dia do Professor como titular.
– Apesar de trabalhar na educação há 10 anos, sempre realizei atividades lúdicas e pedagógicas em várias etapas, porém, este é o primeiro ano que estou à frente de uma sala de aula na educação infantil como professor titular e auxiliando os colegas nas horas atividades e complementares. Esses momentos estão sendo inesquecíveis, hoje sinto-me um profissional realizado, estou aprendendo todos os dias e sei da importância do meu trabalho na vida de cada criança. Chegar todos os dias na escola e ser recebido com vários sorrisos, abraços, beijos, vez ou outra uma flor ou um desenho, me trazem lembranças únicas –, compartilha o professor.
O AU na sala de aula
O Gui, como é conhecido pelos mais próximos, também tem uma relação próxima como o jornal O Alto Uruguai, afinal, ele tem intimidade com o dia a dia da produção do impresso, pois foi diagramador do AU. Essa experiência também faz com que, nas atividades em sala, os alunos possam dar seus primeiros passos na direção de uma coisa tão mágica como a leitura.
– Costumo usar o AU, principalmente, como ferramenta pedagógica, em um primeiro momento, para que as crianças tenham contato com os textos e imagens. Como estão em um período de pré-alfabetização, o contato com o mundo letrado é fundamental para desenvolver o gosto pela leitura e escrita. Também utilizo para realizar atividades de recorte, onde as crianças podem reconhecer as letras, números, figuras e imagens para escrever o nome, pequenas palavras ou até mesmo para construir histórias –, detalha o professor.
Realização pessoal
Neste primeiro ano comemorando o Dia do Professor como titular, Guilherme destaca o carinho que recebeu das crianças, famílias e dos colegas de trabalho. “Mesmo no estágio probatório, é uma realização muito grande poder ter o prazer de ser funcionário público e buscar realizar sempre um trabalho de excelência. Com 26 anos me sinto realizado, em saber que posso vir a acrescentar muito na vida de cada criança e também poder ter mais tempo para a minha família, poder acompanhar o crescimento dos filhos e o cotidiano deles”, garante.
Sobre a importância do trabalho dos educadores, Gui cita Mario Sergio Cortella, lembrando que esta é uma das únicas profissões que ao andar na rua, é chamado “professor! “Acredito que a educação tem o poder de transformar o mundo, e a docência nos permite conhecer muitos mundos, e não só o ato de ensinar, mas sim de poder criar relações humanas e ter um cuidado único. Isso mostra o quanto somos fundamentais no desenvolvimento de cada pessoa e, ao mesmo tempo, é uma responsabilidade muito grande. Devemos nos valorizar quanto profissionais e, acima de tudo, desenvolver um trabalho de excelência e qualidade para o bem de cada ser humano que passa pelas nossas mãos e pelas nossas escolas”, finaliza.