Desde o início da manhã desta quinta-feira, 8, Porto Alegre recebe milhares de produtores rurais do Movimento SOS Agro RS, que reivindicam por medidas mais robustas do governo federal após a série de eventos climáticos extremos que atingiu o Rio Grande do Sul — setembro e novembro do ano passado e em maio deste ano. A manifestação teve início com tratores que ficaram dispostos próximo à orla. De acordo com a organização, por volta das 10 horas já estavam presentes no ato cerca de três mil pessoas.
A cobrança de apoio aos produtores gaúchos é fomentada pela publicação da Medida Provisória (MP) no dia 31 de julho, que acena ajuda aos agricultores. O documento ficou aquém do esperado pelos trabalhadores e por entidades representativas, como a Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Nesta manhã, os agricultores e pecuaristas participaram de um ato na Casa do Gaúcho, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Segundo a coordenadora do movimento, Graziele de Camargo, a MP publicada “não atende ninguém, é rasa e burocrática”. “O objetivo desse movimento é fazer com que o produtor continue na atividade. Queremos nossa dignidade de volta. Queremos continuar com nossa missão que é colocar alimento na mesa das pessoas”, salientou Graziele na abertura do encontro.
O governador do RS, Eduardo Leite, também participa e, ao se manifestar, se dirigiu aos produtores. Ele mencionou a polarização do país e afirmou que o movimento não é partidário. “Claro que temos visões diferentes, ideologias diferentes. Mas mais importante do que quem está neste palco é quem está aí embaixo, quem está na base, manifestando com toda legitimidade sua angústia e ansiedade”, destacou, pedindo maior atenção do governo federal.
Em tratativas com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, informou que foi pedido para que as entidades tenham acesso às próximas medidas antes da publicação para que os produtores possam analisar se as necessidades são de fato atendidas.
Ainda para esta quinta-feira, 8, está agendada uma caminhada até a Superintendência do Ministério da Agricultura, às 15 horas, que levará demandas do setor rural.