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Justiça
Caso Sandra segue sem previsão de júri
Contadora desapareceu em janeiro de 2018, em Boa Vista das Missões
Por: Márcia Sarmento
Publicado em: segunda, 05 de agosto de 2024 às 09:13h
Atualizado em: segunda, 05 de agosto de 2024 às 09:17h

Seis anos e meio após o desaparecimento da contadora Sandra Mara Lovis Trentin, 48 anos, em Boa Vista das Missões, e o caso ainda permanece em tramitação na Justiça, sem previsão de júri. Em 30 de janeiro de 2018, ela saiu de casa para ir à Junta Comercial, em Palmeira das Missões, mas mais voltou. 

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O carro da vítima, uma Ranger, foi encontrado em Palmeira das Missões. Dentro do veículo, foram achados dois chips e o cartão de memória do celular, a bolsa dela, um par de sapatilhas, dinheiro e diversos papéis do escritório. A família percebeu o sumiço do celular e da carteira de habilitação.

As investigações apontaram o marido, o então vereador, Paulo Ivan Baptista Landfeldt, 53 anos, como o mandante do crime, mesmo antes da localização do corpo de Sandra. Ismael Bonetto, 27 anos, foi indiciado como executor. Ambos estão presos.

As versões

Na época, segundo a polícia, Bonetto admitiu ter sido pago para interceptar a vítima e executá-la. Para o Ministério Público, o então vereador prometeu ao executor o pagamento de R$ 40 mil para assassinar Sandra Mara a tiros e esconder o corpo. Inicialmente, Bonetto confessou ter assassinado a contadora com um tiro no peito e enterrado o corpo em Vicente Dutra. Uma semana depois, voltou atrás e disse que havia mentido.

Já o ex-vereador alega que foi procurado por Bonetto, que afirmava pertencer a uma facção e saber o paradeiro de Sandra. Para isso, teria exigido pagamento em dinheiro. O marido chegou a registrar essa suposta extorsão em uma ocorrência na polícia e, logo depois, Bonetto acabou preso. 

Quando ele apresentou a versão sobre quem seria o mandante, Landfeldt também teve a prisão preventiva decretada. No entendimento da acusação, o crime teria sido cometido para que o marido pudesse ficar com os bens da família e assumisse outra relação, sem que houvesse separação, já que o casal viveria um relacionamento conturbado.

O processo

O processo segue em andamento na Justiça, mas ainda não há previsão de realização do júri. Tanto Landfeldt como Bonetto, que negam terem cometido o crime, permanecem presos – o ex-vereador chegou a deixar a cadeia em 2018, mas retornou em maio do ano seguinte, após a localização dos restos mortais da esposa.

O caso está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), para julgamento de um recurso especial contra a sentença de pronúncia. Em 2021, a juíza Vanessa Silva de Oliveira determinou que os réus devem ser submetidos ao Tribunal do Júri pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Depois disso, a defesa de Landfeldt recorreu contra a decisão. 

Ainda tramita o pedido da defesa de Landfeldt, que tenta evitar que ele vá a júri. Até o momento, não há previsão de quando deve ser julgado esse pedido pelo STJ. Somente após essa etapa, é que o processo deverá retornar para Palmeira das Missões.

Caso sejam mantidas as decisões iniciais, a Justiça então agendará a data do julgamento dos dois. Como se trata de crime contra a vida, neste caso, homicídio, sete jurados da comunidade são sorteados para definir se os réus são culpados ou inocentes das acusações. Mas ainda não há previsão de quando isso deve ocorrer.
 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai, com informações da GZH