Nos primeiros dias de colhei¬ta da safra de uva 2023/2024, a sina¬lização que desponta é de ten¬dência de quebra na produção, que pode ficar entre 30% a 35% menor em comparação ao ano passado no Rio Grande do Sul, principal produtor do país. De acordo o presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), Luciano Rabelato, em comparação com o total colhido no ano de 2023, de 680 mil toneladas da fruta, estima-se uma safra que não alcance 500 mil toneladas.
As condições climáticas que vem afetando todo o estado tem sido o principal problema no valor da produção e distribuição do produto. As fortes chuvas em todas as regiões do estado, e registros de novas tempestades com queda de granizo, rajadas de vento superiores a 80 km/h e altos volumes acumulados, trouxe aumento da pressão de doenças no cultivo, principalmente o míldio, caraterístico desta época, e tem deixado em alerta produtores da região. As uvas viníferas, principalmente brancas, possuem características mais sensíveis a doenças fúngicas, ocorrendo número maior de aplicações de fungicidas para combater principalmente os fungos que atacam as videiras. Esses problemas geram um custo mais alto na produção e uma redução de produção então automaticamente. O produtor da cidade de Alpestre, Valmor Greseli, relata que durante a brotação já era possível perceber um prejuízo na safra. Com o aumento das chuvas na região os gastos, que giravam em torno de R$ 6 mil a R$ 7 mil por hectare, chegou a custar quase R$ 10 mil.
Para a região de Frederico Westphalen, segundo informações concedidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), nesta semana a colheita da safra da uva 2023/2024 ainda está acontecendo nas cidades de Alpestre, Planalto e Ametista do Sul, e o percentual de área colhida, até a quarta-feira, 24, estava em 90%, já nas demais cidades a colheita está em plena execução como é o caso das regiões de Sarandi, Rondinha e Barra Funda, onde a colheita chegou aos 50% da área cultivada. A produtividade, no entanto, deve se manter próxima a 10 t/ha, aproximadamente 25% abaixo da expectativa inicial. Com isso, as alterações do preço mínimo do kg da uva, para FW e região, têm acompanhado essa alta. O preço mínimo praticado da uva para consumo in natura está operando entre R$ 5 a R$ 6 o kg. Para a produção de vinho, o valor está operando entre R$ 2 a R$ 2,50 o kg. A qualidade da safra também sofreu alterações, percebe-se uma graduação um pouco menor da quantidade de açúcar presente na uva e por isso a maioria do cultivo será destinada a indústria para a produção de vinho e suco.
