Pelo terceiro ano consecutivo, as entidades representativas dos fumicultores assinaram protocolo com a fumageira JTI. Após uma segunda reunião de negociação, encerrada na terça-feira, 16, na sede Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) em Santa Cruz do Sul, as entidades e a empresa firmaram o reajuste de 8%, de forma linear, na tabela de preço do tabaco da variedade Virgínia, valendo para a safra 2023/2024. Com isso, o valor do quilo passa para R$ 22,46.
A variação do custo de produção apurado do Virgínia foi de 5,06%. Com a proposta, o produtor recebe um ganho real de 2,94%. Já para a variedade Burley, cuja variação do custo de produção apurado é de -1,77%, foi firmado acordo de um reajuste de 6,56%, não linear, em razão da criação de remuneração adicional em quatro classes que valoriza o tabaco de alta qualidade. Com a proposta, o produtor recebe um ganho real de 8,33%. O quilo do Burley passa a valer R$ 20,01.
As reuniões subsequentes, com seis empresas (Universal Leaf, Alliance One, China Brasil Tabacos, CTA, UTC e BAT), não tiveram êxito. Com o objetivo de buscar uma equiparação das tabelas de preço e rentabilidade para o produtor, a proposta das entidades, para cada empresa, é a variação do custo de produção mais cinco pontos percentuais.
–Não podemos e não vamos aceitar que as empresas apresentem propostas de reajuste de preço que não atinjam nem a variação do custo de produção. Isso só faz com que o sistema integrado seja enfraquecido. Negociação de preço é para trazer lucratividade para o produtor. Ou seja, custo de produção é obrigação; um percentual a mais, é valorização. E isso é fundamental para garantir a continuidade de uma cadeia produtiva que sempre foi exemplo para outras culturas–, destacaram as entidades.
Uma nova rodada de negociação com as empresas está prevista para a próxima quinta-feira, 25. Os membros da comissão representativa dos fumicultores esperam que as empresas revejam as suas propostas e tragam proposições positivas no próximo encontro.
A comissão representativa dos produtores de tabaco é formada pela Afubra e pelas Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.