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Ketlyn Jackeline Prates Teles
FW-Colômbia: a distância é apenas um detalhe
Hoje, aos 25 anos, Ketlyn Jackeline Prates Teles segue a 6.775 quilômetros longe de casa, mas lutando pelos seus sonhos, sempre com o apoio da família
Por: Suseli Cristo
Publicado em: quinta, 22 de julho de 2021 às 16:40h
Atualizado em: quinta, 22 de julho de 2021 às 16:51h

Coluna Set – Como foi a decisão de viver em outro país?
Ketlyn Teles – Sai de FW com o propósito de vir para a Colômbia estudar e voltar em seguida. Gosto de pensar que não fui eu quem escolheu a Colômbia, e sim ela quem me escolheu. Quando saiu a proposta por meio de meu até então coordenador de curso de Arquitetura na URI/FW, Cristhian Moreira Brum, que comentou sobre a possibilidade de um intercâmbio fora do país, mas que teria que arcar com todos os gastos, junto com um colega decidimos que faríamos e arcaríamos com tudo. Chegando na Colômbia, recebemos ajuda de várias partes, inclusive da Universidad Uniagustiniana. Com o passar do tempo, recebi oportunidades das quais não poderia recusar e também um convite para fazer mais um semestre nesta universidade que nos acolheu, e com isso veio a pandemia, que mudou por completo o rumo da minha vida. Desde aí, decidi me dedicar em um negócio com meu namorado e assim seguir a vida em terras colombianas. 

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Coluna Set – Como é para você estar longe da família?
Ketlyn – O preço é alto. A gente se questiona, sente falta e se angustia, mas o destino, a vida e o coração, às vezes, pedem que embarquemos. Alguns não arriscam, mas eu arrisquei e não estou livre do medo e de tantas fraquezas, porém, sigo firme e forte na luta por meus sonhos, com o apoio total da minha família. Deixei minha mãe, Lorizete, que reside em Frederico Westphalen; meu pai, Jackson, que vive em Santa Catarina; além dos meus irmãos, Ana Julia, Davi Luiz, João Alberto e Celso, mas sei que a minha felicidade também é a deles. A distância é apenas um detalhe, pois para conseguirmos grandes coisas devemos arriscar, e sei que os nossos corações estão sempre unidos, mesmo estando a 6.775 quilômetros de distância.

Coluna Set – Em que você atua aí?
Ketlyn – Sou graduada em Arquitetura e Urbanismo pela URI/FW e estou fazendo uma pós-graduação em Design de Interiores pela Universidade Dom Alberto, de Santa Cruz do Sul (agora de forma remota). Atualmente, desenvolvo aqui projetos a um público seletivo, à espera de que tudo possa se normalizar em questões de pandemia para assim poder validar meu diploma na Colômbia. Esses processos são bem burocráticos e não tive oportunidade de ir ao Brasil ainda. No entanto, busco maneiras de trabalhar com o que me formei, tenho meu próprio negócio aqui na Colômbia, do qual posso ajudar minha família e manter uma boa renda e custo de vida em Bogotá. A Colômbia me abriu portas que jamais esperaria, talvez não as conseguiria estando em Frederico Westphalen, pela grande demanda de arquitetos na região. 

Coluna Set – Como estão as coisas aí neste mais de um ano de pandemia?
Ketlyn – Esse tempo foi repleto de desafios e transformações para muitas pessoas. A pandemia de Covid-19 provocou isolamento social e modificações na rotina de toda a sociedade, impactando a cada um de forma distinta e singular. Fui me remodelando pessoalmente, voltando os olhos para o que era realmente importante para mim. E profissionalmente, pois estamos todos ligados a um meio de redes sociais que não se fez tão difícil transformar o que é presencial para o virtual. Até hoje, existe esse momento de aprender a ficar mais sozinho, a ser mais seletiva em tudo o que realizo, tanto na alimentação, amizades e na maneira em que faço minhas escolhas. Quando tudo isso passar, eu realmente recomendo que as pessoas que querem conhecer aqui, que venham a Colômbia. Eu fui totalmente conquistada pela hospitalidade desse país, seu povo, sua felicidade e sua cultura. E para aqueles que têm receio de ir em busca dos seus sonhos, eu deixo um conselho para que não tenham medo de arriscar, pois, às vezes, o futuro só espera que você arrisque.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai