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Mary Elizabeth Cerutti Rizzatti
“Ser patronesse é a maior honra de minha carreira”
Por: Susi Cristo
Publicado em: terça, 31 de outubro de 2023 às 11:18h
Atualizado em: terça, 31 de outubro de 2023 às 11:22h

Frederico Westphalen realizou, na semana passada, a 38ª Feira do Livro, e como patronesse desta edição, a convidada foi a pós-doutora, Mary Elizabeth Cerutti Rizzatti, uma frederiquense que teve grande atuação na área educacional do município e, mesmo vivendo há mais de 20 anos em Florianópolis (SC), recebeu o convite com muita emoção.
– O convite se deveu ao prefeito José Alberto Panosso, amigo de meu marido e meu, a quem agradeço imensamente essa honraria. A ex-secretária de Educação, Carmem Giovenardi, querida amiga e colega de profissão foi quem inicialmente formalizou o convite. A pandemia impediu a realização da feira naqueles anos. Posteriormente, a nova secretária, Rosane Loose, refez o convite, que, novamente, precisou ser adiado. Agora, a reiteração veio gentilmente pela atual secretária de Educação, Maria Cristina Aita. Ser patronesse da feira é uma grande honra, a maior de minha carreira, porque foi conferida pela minha terra natal. Fui ‘madrinha’ de quase todas as turmas de Letras-Português da UFSC nos 15 anos que lá atuei, assim como recebi comendas de municípios aos quais prestei assessoria em linguagem/educação, ao longo desses mais de 20 anos fora, mas nada, absolutamente nada, compara-se a ser patronesse da Feira do Livro de Frederico Westphalen – conta Mary.

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A patronesse
Mary formou-se no Curso Magistério pela Escola Auxiliadora, em Frederico Westphalen, na qual estudou durante toda infância e adolescência. Depois, habilitou-se em Letras/Português, na então Fesau, hoje URI. Mais tarde, tornou-se Mestre em Letras/Linguística pela PUC/RS, para, então, doutorar-se em Letras/Psicolinguística pela UFRGS e, em seguida, pós-doutorar-se em Filosofia da Linguagem na Università Aldo Moro, em Bari, na Itália. Profissionalmente, no campo da Educação e das Letras, atuou em FW, nas Escolas Auxiliadora, Cañellas e Sepé Tiaraju, e também na URI. Foi, ainda, assessora na então 33ª Delegacia de Educação e secretária de Educação de FW.
Já em Florianópolis (SC), atuou na Universidade do Estado de Santa Catarina, na Universidade do Sul de Santa Catarina e, por 15 anos, no Curso de Letras-Português e no Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina, instituição na qual orientou 35 dissertações de mestrado e/ou teses de doutorado no campo das Letras/Linguística. Criou e chefiou o Núcleo de Estudos em Linguística Aplicada no Centro de Comunicação e Expressão da Ufsc, que acolheu e ainda acolhe projetos de investigação científica de centenas de acadêmicos. Publicou cerca de 70 artigos científicos e/ou capítulos de livros no campo das Letras/Linguística. Na esfera pública da Educação Básica, coordenou a Área de Linguagem na Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina, no ano de 2014, reunindo todo o corpo docente catarinense de Línguas, Educação Física e Artes. Realizou essa mesma atividade de Coordenação da Área de Linguagem junto à Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis.
– Nesses 38 anos de profissão, sempre pedi para ser apresentada como ‘uma professora de Português’, base formativa de FW que sustentou toda a minha carreira, até a aposentadoria, pela Ufsc, em 2021 – frisa Mary, lembrando que em sua própria definição é e continuará sendo – agora aposentada –, uma professora frederiquense.

Publicações
Ao longo de sua carreira, Mary escreveu três livros e organizou uma quarta obra, com resultados de pesquisa do Núcleo de Estudos em Linguística Aplicada, que criou e coordenou na UFSC. Dentre essas publicações, destaca os seus dois romances – Huminal (2018) e Purgarte (2022). “O primeiro é uma narrativa de fundo filosófico, que tematiza a animalidade do homem; o segundo é uma história que tem os sete pecados capitais e a arte como foco. Para mim, escrever ficção literária é deleite, e venho observando que os romances que publiquei têm cativado leitores afeiçoados a tramas densas”, acrescenta. 

Projetos
Com a sua aposentadoria, após quase quatro décadas de trabalho, tendo orientado e ajudado a formar inúmeros profissionais, Mary doou a seus ex-orientandos – hoje mestres e doutores em atuação – seus “afeiçoantes” mil livros de literatura científica e, no lugar deles, colocou um piano acústico, presente do marido para a aposentadoria. “Fiz desse ato um símbolo de mudança de vida. Agora, meus projetos são caminhar com Ildefonso na praia, cuia de mate à mão, e continuarmos nossas andanças pelo mundo. Ainda, quero estudar minhas lições de piano, praticar yoga com meu corpo quase sexagenário e me atrapalhar na gastronomia, recebendo família e amigos em nossa casinha à beira mar, cujo jardim florido tem casas de abelhas e passarinhos. Deixo para as gerações que formei continuarem uma dentre as mais nobres missões humanas: formar educadores”, finaliza.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai