A mil quilômetros de distância de Frederico Westphalen, em Santa Bárbara d' Oeste (SP), José Carlos Laudisse, 44 anos, reproduz os mesmos movimentos do irmão gêmeo. Mais novo professor e técnico de tênis em terras frederiquenses, ele iniciou sua trajetória no esporte quando criança. Com pais esportistas, ele e o irmão Antonio Carlos sempre estiveram em movimento. Dos campos de futebol aos parques públicos e nos clubes da cidade natal, os gêmeos praticavam diversos esportes, mas entre eles, um se destacou. De um lado da quadra, ficava José Carlos, do outro, Antonio Carlos: a quadra de tênis refletia a semelhança dos irmãos nas partidas.
A quadra do clube da cidade interiorana do Estado de São Paulo foi preenchida pelo movimento de lançar e rebater a bola, ganhar e recomeçar. Aos oito anos, eles ganharam as primeiras raquetes, de alumínio e de cor preta. Era o que cabia no orçamento dos pais, mas foi o suficiente para que eles se encorajassem a lançar a bola rumo ao futuro. “Como é um esporte a dois, parece que nascemos para isso. Eu, meu irmão gêmeo e as raquetes que rebatiam a bola durante todas as tardes. Foi uma época linda da minha vida, em aprender a jogar tênis com meu irmão”, declara.
Lances de oportunidades
O esporte oportunizou a Laudisse trilhar muitos caminhos. Com diversos cursos pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT), e o registro profissional pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF), aos 24 anos, começou a dar aula. Dos clubes esportivos à prática de torneios amadores, o professor e técnico de tênis sempre seguiu fazendo o que mais gosta de fazer, jogar e ensinar. Nos primeiros seis meses do ano de 2018, novas oportunidades surgiram a convite de um amigo que acompanhou a trajetória do professor. Laudisse foi trabalhar como técnico em uma escola de Tênis em Miami, na Flórida (EUA). Com muitas experiências e novas conquistas, ele voltou para os Estados Unidos em 2019, para continuar o trabalho e viver novas possibilidades.
Recomeços no Sul do Brasil
Com espírito livre e disposto a vivenciar experiências, o professor e agora técnico de tênis do Clube Ipiranga, de Frederico Westphalen, mudou-se para a cidade há oito meses. Com muitas experiências e sempre disposto a aprender para ensinar, Laudisse expressa seu apreço pelos alunos que tem e a importância em praticar a modalidade.
– Espero poder contribuir e ajudar muitas pessoas a aprenderem a jogar tênis. A modalidade ainda precisa ser mais reconhecida. Ver crianças e jovens se interessarem pelo o esporte e poder ensiná-los é gratificante. Olhar alguém jogando e pensar que fui eu quem ensinou não tem preço – finaliza.
Da palma das mãos às raquetes
Paixão incondicional na vida do professor, o tênis esteve presente na vida de Laudisse desde sua infância, nos momentos em que dividia a quadra com o irmão. Antes o que era um passatempo, tornou-se profissão e amor para eles. Mas, séculos antes dos gêmeos José e Antônio Carlos partilharem as quadras, o esporte era praticado de maneira bem distinta. Quando foi inventado, a modalidade era disputada apenas com a palma das mãos. Há registros de jogos disputados apenas com uma bola e as mãos desde o Egito Antigo até a Europa do século cinco. Uma versão mais parecida com o tênis jogado atualmente surgiu no século 12, na Itália e na França, onde monges praticavam algo similar em pátios fechados, delimitando o espaço de jogo.
Atualmente com bolas e raquetes nas mãos, José Carlos segue no esporte com pretensões para crescer e fazer diferença na vida dos alunos. Antonio Carlos, em São Paulo, também segue o mesmo caminho para levar seus conhecimentos às quadras de tênis, mantendo unidos os gêmeos que outrora compartilharam a mesma quadra, e que agora dividem o mesmo sonho.
*Sob supervisão do jornalista João Victor Gobbi Cassol