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Temporais
Região contabiliza prejuízos na agropecuária
Maior preocupação é com a cultura do trigo, pois quebra chega a 35%
Por: Márcia Sarmento
Publicado em: segunda, 23 de outubro de 2023 às 08:58h
Atualizado em: segunda, 23 de outubro de 2023 às 09:01h

A região também registrou perdas na agropecuária, com o excesso de chuva, ventos fortes e granizo da última semana. O gerente da Emater/RS-Ascar Regional de Frederico Westphalen – que atende 42 municípios –, Luciano Schwerz, explica que, na agricultura, a maior preocupação é com a cultura do trigo. A região tem, aproximadamente, 160 mil hectares implantados com a cultura. A expectativa inicial era de produzir 58 sacos/hectare, o que hoje reduziu em 35% a produtividade, sem contar a qualidade devido às chuvas, que ocorrem desde agosto. “A precipitação faz a reidratação dos grãos, ocasionando aumento da respiração e na degradação da sua reserva, que é o amido, culminando com a diminuição do peso do grão. Também há a incidência de doenças, como a giberela. O cenário é bastante complexo, e o que preocupa é a questão do preço x qualidade. Isso tem levado os produtores a encaminhar o pedido de Proagro”, avalia.

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Já o milho ocupa 80 mil hectares na região. A grande dificuldade é fazer o manejo do nitrogênio – que foi levado pela chuva – e o controle de pragas e plantas invasoras. “As lavouras estão com bom potencial, com germinação e estabelecimento positivos. Nos temporais dessa semana, os ventos fortes e o granizo causaram prejuízos em algumas lavouras, diminuindo, em média, -2% a estimativa de produtividade inicial”, projeta Schwerz.

Na bovinocultura de leite, a alta umidade do solo tem dificultado a implantação de pastagens de primavera-verão e o pastejo dos animais no campo. Além disso, o pisoteio dificulta a rebrota do pasto. “Muitos agricultores estão optando por reduzir o pastejo, suplementando mais a alimentação no coxo, o que aumenta os custos de produção. Então, isso associado ao preço do leite, que não está em um bom momento, causa mais preocupação ao produtor”, alerta.

E na fruticultura, a videira está em uma fase importante, de floração e de formação das bagas. “O vento e o granizo resultaram em desfolha, lesões nos ramos e alguns municípios relataram a queda de parreirais. A umidade favorece o desenvolvimento de míldio, que vai penetrar nas flores e infectar as plantas, resultando na queda prematura das bagas. É preciso que os produtores fiquem atentos para fazer um bom manejo, minimizando esses efeitos. Não temos ainda uma estimativa precisa de quanto esses estragos vão impactar na queda da produtividade, mas, com certeza, a viticultura terá um prejuízo significativo”, finaliza o gerente regional da Emater.
 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai