Nas reflexões que venho fazendo sobre a reinvenção da universidade comunitária, é inevitável pensar sobre todos os organismos regulatórios que estamos vivendo, face à realidade e do desafio diário de viver nossa missão.
Em nossa historicidade, nascemos de um grande apelo pelo desenvolvimento de nossos municípios, efetivando regiões que antes não conseguiam pensar seu espaço como um lugar de potencialidades. Somos frutos de lideranças, que com protagonismo, em um tempo em que nada era tão simples e próximo, conseguiram descortinar seus sonhos de oportunizar às pessoas o saber da ciência.
E é nesta ciência que repousa minhas inquietudes, como professora e gestora. A ciência da pesquisa, da descoberta e do desenvolvimento da intelectualidade, que convoca o fazer pelo método. Não um fazer qualquer, relegado a algum resultado. Afinal de contas, o espírito da universidade comunitária transcende os diferentes espaços e ações em que se busca a solução para os problemas sociais que mais necessitam do olhar, pela ótica do conhecimento.
Há nuances dessa universidade comunitária quando discorremos sobre sua reinvenção:
- refazer-se diante das pressões externas e mercantis, onde há muitas práticas que, ainda, se caracterizam como um subproduto de ensino superior;
- perceber a epistemologia na maneira como vivenciamos os processos de construção de conhecimento;
- implementar tecnologias que sejam luz às didáticas e às soluções criativas;
- compreender que de aulas, leituras e diálogos com a realidade nascem pesquisas;
- observar que pesquisas são soluções para a superação de muitas fragilidades;
- conceber que a extensão é o oxigênio de nossas descobertas científicas na vida das pessoas;
- aprender que o diálogo é a base para toda e qualquer relação;
- estar atento aos movimentos de inovação que os contornos regionais e internacionais nos convocam às novas descobertas;
- socializar o que se sabe e provocar novos aprendizados;
- relacionar-se com a sensibilidade de entender as articulações que são necessárias para desenvolver pessoas;
- acreditar que o outro possa aprender e esse outro somos nós mesmos;
- intuir que o maior laboratório de práticas é a comunidade;
- fazer a gestão da pesquisa, do conhecimento, da inovação e do maior bem que uma instituição pode ter: suas pessoas.
Protagonismo, emancipação... Futuro!