– Esse meu Inter, vou te dizer...
– Dizer o quê? Prefere a situação do meu Grêmio?
– O Inter me dá zero vírgula alguma coisa por cento de chance de ser campeão e eu tô lá, acreditando.
– E o meu Grêmio? Olho para ele e vejo uma salada de frutas.
– Mas pelo menos vocês estão ganhando algo seguido.
– No meu Grêmio eu não sei se o presidente fica para o ano que vem.
– Ué? Ele vai renunciar?
– Não. Talvez o Renato demita ele.
– Essa foi boa!
– Boa pra ti que não fica se incomodando com essa carta branca que deram pra ele, aí ele manda e desmanda. Aliás, acho que deve ser cartolina branca e não carta.
– Eu não posso reclamar. Quando o Roger assumiu achei que lá se ia o boi com as cordas, mas o cara tapou a boca de todo mundo. Organizou a bagunça e colocou a gente na Libertadores.
– Verdade, se bobear daria uma carreata. Pelo menos assim vocês conseguiriam desfilar.
– Vai zoando... Mas lembre-se que vocês ainda não escaparam.
– Matematicamente ainda não, mas somos capazes de perder todas e não cair. Como disse nosso presidente quarta-feira passada, “somos os melhores dos piores”.
– Sim, que ridículo, me desculpa. Vou ficar aqui com meu zero vírgula alguma coisa por cento.
– De chance de título?
– Não, de chances de vocês serem rebaixados de novo.
– Hahaha! Agora a tua que foi boa.
– O que salvou nosso ano foi a vaga direta para a Libertadores e ter ganhado os Gre-Nais.
– Sim, minha Taça Vaga, minha Taça Gre-Nal.
– Paciência. De momento é o que nos resta. Talvez no ano que vem eu pense diferente. Até lá vou ficar com meu zero vírgula alguma coisa por cento de chance de título.
– E eu com meu zero vírgula alguma coisa por cento de chance de não cair.
– Enfim, vamos parar de falar nisso e sair tomar uma?
– Não.
– Ué? Motivo?
– Se formos, iremos continuar o assunto lá.
– Então? Melhor debater lá ao invés de debater com a boca seca aqui.
– E qual a chance de um concordar com o outro?
– Sei lá. Acho que no máximo zero vírgula alguma coisa por cento.
– Pra você ver. Tem horas que esse percentual parece baixo e tem horas que ele parece alto.
– É, tem sentido. E aí, vamos?
– Vamos.